Os índices de desmatamento na Amazônia triplicaram no último mês de março, e os números apurados consolidam o primeiro trimestre de 2023 como o segundo pior em pelo menos 16 anos. Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) registram a derrubada de 867 km² nos três primeiros meses do ano.
A área equivale a uma perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa. Tal destruição só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram postos abaixo 1.185 km² de floresta, de janeiro a março.
No último mês, oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento; Amapá é a exceção. Com isso, 42% do desmatamento previsto pela plataforma PrevisIA para o período de agosto de 2022 a junho de 2023, de 11.805 km², já ocorreu.
Veja os índices no gráfico:
Reprodução/Imazon
Situação crítica
Em meio a recordes negativos, o Amazonas lidera a lista dos estados que mais devastaram a região amazônica em março de 2023. No estado, a destruição da floresta passou de 12 km² em março de 2022 para 104 km² no mesmo mês deste ano, uma alta de 767%. Ao todo, o estado concentra 30% de toda a devastação na região em março.
Em território amazonense, a situação é mais grave nos municípios próximos à divisa com o Acre e com Rondônia, na região chamada de Amacro. Em março, porém, as proximidades das fronteiras com o Pará e o Mato Grosso também foram gravemente afetadas pela atividade criminosa.