A Agência Nacional de Telecomunicações iniciou os testes em rede aberta do sistema de validação e identificação de chamadas. Na prática, a Anatel dá um passo importante na guerra contra as ligações falsas de bancos, financeiras, crediários e outras lojas, já que os consumidores terão uma camada adicional de segurança.
A experimentação ocorria na chamada rede fechada há meses. Desde a semana passada, porém, as empresas de telecomunicações podem utilizar o mecanismo da Anatel em telefonemas na chamada rede pública. Os números 0800, 4004 e similares tendem a ficar mais seguros a partir de agora.
O superintendente de Controle de Obrigações da agência, Gustavo Borges, me explicou que hoje em dia um banco precisa contratar uma fornecedora do serviço de ligações em massa. Esta empresa deverá registrar cada ligação num ambiente próprio. Quando o usuário receber a chamada no smartphone dele, este aparelho irá consultar a mesma base de dados, de modo a confirmar que naquele dia e naquela hora, o banco fez uma ligação.
Borges contou ainda que a implementação no Brasil ganha um caráter adicional em relação ao que se vê nos Estados Unidos. Ao ligar para alguém, as empresas também poderão informar o motivo da ligação: promoção, cobrança, retorno de contato do cliente, e por aí vai.
A Anatel optou por usar o protocolo Stir/Shaken, que já é conhecido no mercado internacional. Ele possibilita a integração entre o chamador e o usuário que recebe o telefonema.
Este novo recurso será de graça para o consumidor final. Seu pagamento será feito no ecossistema de telecomunicações, que ganha com ligações mais assertivas e seguras.
“Cada operadora e cada empresa de telefonia pode realizar os testes da maneira que preferir”, diz o superintendente da Anatel. Ele admite que, ao menos neste primeiro momento, um percentual baixo de smartphones exibirá a nova tela de identificação de chamadas.