CFM proíbe prescrição de esteroide e anabolizante para fins estéticos

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Uma decisão do Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe que médicos recomendem, para fins estéticos, o uso de terapias hormonais à base de testosterona. A partir desta terça-feira (11/4), profissionais que receitarem aos pacientes o hormônio masculino para ganho de massa magra poderão ser julgados e punidos pelo Conselho Federal de Medicina.

“Há um aumento recente nesse uso e não existe dose mínima segura, como alguns usuários alegam. Por isso, estamos proibindo essa prática”, diz José Hiran Gallo, presidente do CFM.

A medida não afeta as terapias com o uso de hormônios masculinos para outras funções, como no processo de transição de gênero ou no tratamento de doenças endócrinas e de deficiências naturais do organismo

Uso sem comprovação

A proibição está restrita apenas ao uso dos hormônios como forma de melhorar o desempenho na academia. Segundo o CFM, essa prática não tem comprovação de eficácia e pode levar a internações hospitalares graves

“Observamos, nos últimos meses, um aumento da prescrição de esteroides com finalidades que não são respaldadas. Eles aumentam muito o risco de efeitos adversos nos pacientes”, afirma a relatora e conselheira federal Annelise Menegusso.

“Para os médicos que agem de forma ética, seguindo as diretrizes e as evidências, nada vai mudar. Essa medida busca evitar a ação de profissionais que agem de forma incorreta”, sustenta Annelise.

Impactos do uso

O uso do hormônio masculino como esteroide anabolizante pode gerar uma série de consequências aos pacientes. A resolução se respalda em estudos que apontaram um aumento de casos de problemas de saúde entre os usuários, especialmente os cardíacos.

A suplementação desnecessária pode levar a quadros de hipertensão, arritmia cardíaca e aumento do risco de infarto. Além disso, também há estudos que apontam que o uso dessas substâncias está relacionado ao surgimento de doenças hepáticas e de transtornos de agressividade.

Em homens, o uso dos anabolizantes pode acarretar dependência e infertilidade. Já as mulheres podem, além de todos os riscos já citados, encarar problemas de modificações corporais com acentuação de características masculinas.

A resolução foi resultado de oito meses de discussão dentro do CFM. Todas as entidades médicas consultadas antes do parecer foram unânimes em concordar com as restrições totais impostas.

Proibição também para o futuro

Além de impedir que médicos recomendem o uso de hormônios com fins estéticos, a decisão do CFM também impede que seja feita apologia ao uso. Dessa forma, não podem ser realizados eventos e palestras que promovam este tipo de suplementação. Também não poderão ser feitos cursos em que se vincula o uso de terapia hormonal ao desempenho esportivo ou físico.

A resolução também ressalta que são proibidos usos experimentais dos suplementos hormonais sem autorização prévia de órgãos competentes. “Embora alguns profissionais avaliem que há um aumento do desempenho e do ganho de massa muscular por quem usa este tipo de terapia hormonal, o risco à saúde torna seu uso um risco injustificado”, conclui o parecer do CFM.

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