Após se reunir com líderes da Otan, do Conselho Europeu e do G7 em uma tentativa de alinhar respostas à invasão russa da Ucrânia, o presidente americano Joe Biden afirmou, nesta quinta-feira (24), que os Estados Unidos irão responder caso a Rússia use armas químicas em território ucraniano.
“Nós responderíamos se ele usasse. A natureza da resposta dependeria da natureza do uso”, disse Biden durante entrevista coletiva no quartel-general da Otan, em Bruxelas, na Bélgica. “Deflagraria uma resposta à altura. Caso a Rússia dê esse passo, nós tomaremos essa decisão”, completou.
O presidente americano também disse que acredita que a Rússia deve ser removida do G20, e que cabe à Ucrânia decidir se é necesário ceder parte de seu território para alcançar um cessar-fogo. “Minha resposta é sim”, disse Biden durante uma entrevista coletiva quando perguntado se a Rússia deveria ser removida do grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo.
“Depende do G20. Isso foi levantado hoje, e eu levantei a possibilidade de que, se isso não puder ser feito – se a Indonésia e outros não concordarem – então deveríamos, na minha opinião, pedir que a Ucrânia pudesse participar das reuniões, sendo capaz de participar e observar.”
O presidente ainda afirmou que os EUA estão comprometidos em fornecer mais de US$ 1 bilhão em ajuda humanitária para a Ucrânia para atender os milhões de ucranianos afetados pela guerra. “A Otan nunca, nunca esteve mais unida do que hoje. Putin está recebendo exatamente o oposto do que pretendia como consequência de entrar na Ucrânia”, disse.
Ao falar sobre a China, Biden pontuou que o país asiático está ciente das consequências de um possível apoio à invasão russa. “Acho que a China entende que seu futuro econômico está muito mais ligado ao Ocidente do que à Rússia”, afirmou.
Também nesta quinta, data em que a guerra completa um mês, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que responsabiliza a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia – o texto prevê ainda o envio de ajuda humanitária ao país.
Foram 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções. O Brasil votou a favor da medida. A segunda resolução, que eximiria a Rússia da crise, proposta pela África do Sul, não chegou a ser votada após ser rechaçada por 67 países. Embora não vinculativas, as resoluções da assembleia têm peso político.